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vizinho das nuvens

ENTRA E BEBE UM CAFÉ DE POESIA

vizinho das nuvens

ENTRA E BEBE UM CAFÉ DE POESIA

Enquanto a Lua...

Julho 13, 2007

poesianunorita

Quando a lua empurra o mar

eu beijo água que me deu vida.

Quando a lua sorri no céu

eu acendo-lhe uma despedida.

 

Quando a terra se espreguiça

eu espreguiço-me com ela.

Quando a terra se emociona

eu pinto-lhe uma aguarela.

 

Quando o vento afaga troncos

eu sorrio de alegria.

Quando o vento corre louco

eu fico louco de poesia.

 

Quando o fogo dança dentro

eu acendo chamas de esperança.

Quando o fogo queima novo

eu transpiro a confiança.

 

Quando dois lábios se tocam

eu gotejo força de paixão.

Quando dois lábios se querem

eu entrego o meu coração.

Desprezado!

Julho 09, 2007

poesianunorita

Eis o Desprezado!

Um pai natal caído do trenó,

abandonado pelas renas,

sem prendas para dar ou receber.

 

Eis o Pedinte!

Um anjo maltratado,

despejado de uma nuvem

num soluço de tragédia.

 

Eis o Barbudo!

Pêlos queimados pelo tabaco,

paraíso de parasitas que o acham

mais parasita dos que eles.

 

Eis o Rasgado!

Com as calças, os sapatos

e o casaco a sorrirem

com suas bocas de chagas desdentadas.

 

Eis o Viciado!

Que se desinfecta com álcool,

ingerido para fazer efeito por dentro

e poder mover-se por fora.

 

Eis o Mal cheiroso!

Repugna os que o sentem

na distância de um sopro

mais vigoroso do vento.

 

Eis o Mal Amado!

Infecta a rua conservadora,

do bairro onde não tem

o direito de ser gente.

 

Eis o Vergonhoso!

Incomoda os orgulhosos

que se sentem superiores

em géneros e números.

 

Eis o Vadio!

Figura de gente

em forma de animal

acossado pelas moscas.

 

Ei-lo que se aproxima!

 

Deslizando no visco do seu rastro.

 

Guardem os vossos filhos em casa.

Tranquem as portas das moradias.

Fechem os bolsos das esmolas!

 

Ignorem-no!

 

Porque a ignorância é a protectora dos que preferem não ver.

 

Relógio

Julho 07, 2007

poesianunorita

Horas que passam na pressa de passar,

minutos que arrastam as voltas do voltear,

vivos segundos que saltam, saltitam sem sossegar.

 

Relógio meu que bem tentas me apressar

mas só serves para me matar

com a fúria numérica do teu vogar

 

Pára!

 

Deixa-me

 

Não vês que não te quero acompanhar!?

Não me leiam...

Julho 04, 2007

poesianunorita

Não!

Não me leiam!

 

Já não me sinto poeta, não mereço ser lido!

 

Aquele que em mim viveu mudou-se para um lar mais arejado, e com ele levou as palavras que me habitavam.

 

E eu não suporto sentir-me desnudado desta forma,

silenciosa...

 

Gasto letras e figuras de estilo em quadras e rimas,

apenas para divertimento dos dedos demasiado magros

e da tristeza demasiado grossa para se desvanecer lentamente em nuvens de fumo negro que evolam do meu cérebro.

 

Não me leiam por favor, eu não escrevo com estilo,

escrevo aos estalos!

Ruidosos estalos mentais de motor prestes a avariar...

De vez, para sempre...

 

Não insistam.

Parem de me ler!

 

Não se massacrem mais comigo...

Sou apenas alguém que lança cordas de poesia do alto da sua nuvem branca de modo a não flutuar perdido e sem sentido pelo espaço das folhas brancas...

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