...e espirro poemas...
Março 29, 2009
poesianunorita
E espirro poemas
que cortam os pulsos da inspiração.
Qualquer dia dou um tiro na inteligência
e arrumo com a questão.
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Março 29, 2009
poesianunorita
E espirro poemas
que cortam os pulsos da inspiração.
Qualquer dia dou um tiro na inteligência
e arrumo com a questão.
Março 28, 2009
poesianunorita
Mais um dia em que a palavra se perdeu
em punhetas deitadas ao rio.
Eterna menarca adiada
que se recusa a violar a minha privacidade.
Ainda há pouco, de erecta caneta na mão,
julguei que era o Tempo...
mas o sangue secou na tinta que caía,
e que, sem imaginação, continua
presa no penso diário que sem vergonha me suga...
Março 25, 2009
poesianunorita
A noite apressa o sol para ir dormir,
e ele vermelho de cansado
observa o voo esquivo da andorinha
que vem saudá-lo com o seu grito estrídulo
de “Boa noite”.
Feliz, ela regressa ao seu bando
onde actualiza as noticias do dia
e lança piropos às outras companheiras,
em danças ágeis e acrobáticas.
As gaivotas pairam, alheias as estas movimentações,
comentando “Que doidas, que doidas”.
Por debaixo desta alegria
Lisboa ruge cada vez mais lentamente
até se ouvir apenas um leve sussurro,
cada vez mais suave.
A noite vai alisando a sua coberta de estrelas,
esticando bem nos cantos para cobrir todo o céu,
e os bandos de andorinhas combinam encontros
para amanhã à mesma hora.
Março 17, 2009
poesianunorita
Que estranha palavra que estranha! Que estranho sentimento que se cola à pele. Que estranha inércia que se entranha, Que estranhas borboletas de papel. Que estranha inquietude que sufoca. Que estranha necessidade de fugir. Que estranho desarranjo que provoca uma estranha vontade de sentir. Que estranho querer mudar, que estranho não o fazer. Que estranho medo de arriscar, que estranha vontade de perder.
Março 09, 2009
poesianunorita
Não sorri,
só olhei.
Olhei para ti
que passavas docemente,
leve, calmamente,
com o cortinado dos cabelos
a proteger o rosto.
Não sorriste,
só olhaste.
Olhaste para mim
com uma curiosidade mínima,
com grandes olhos de menina,
para os quais o cortinado
do meu rosto se fechou.
Não sorrimos,
só olhámos.
Apenas por breves segundos,
num breve encontro de rua,
não era a minha, talvez fosse a tua.
E fechámos os cortinados
com que andamos mascarados.
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