Não é para os Pardais
Abril 26, 2010
poesianunorita
Não sinto nada…
Abril já passou e as andorinhas verdes partiram há muito…
Os poleiros que tinham a alegria dos vestidos de cravos,
encheram-se de Abutres e de Aves de Rapina que espreitam e governam…
Não há liberdade para os Pardais!
Apenas calma…
Apenas o dia sereno, que avança, sereno.
Tudo sereno e tudo manso.
Bem mandado o dia avança cansado.
E os poleiros, que de cheios, até vergam…
E as andorinhas verdes que partiram…
E os Pardais sem liberdade para serem pardais!
Ah, a liberdade não é para os Pardais!
O primeiro milho não é para eles,
O segundo, também não.
E se ele faltar, eles o pagarão!
A liberdade não é para os Pardais!
Não há liberdade para os Pardais!
Entalados entre o ferro e a bigorna que adorna…
Apenas mansidão,
Apenas serenidade,
Apenas tolerância.
Não, não é para os Pardais, a liberdade!