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ENTRA E BEBE UM CHÁ DE POESIA
Exibes perante mim uma nódoa negra sentimental,
como se fosse coisa só tua,
como se fosse um troféu mental.
Tão latente mas tão patente,
que nem é preciso um registo
ou lente de aumento
para ver de onde vem esse teu mal.
Insistes perante mim numa ilusão monumental,
como se fosse coisa tua,
como se fosse algo pessoal.
Tão crescente, tão demente,
almejando querer ser bem-visto
num futuro advento
da nódoa negra fundamental.
Persigo um pensamento
pelas vielas onde eles se escondem,
com a rede da razão numa mão e a outra a encher-se de espanto.
Sempre que passam persisto na perseguição,
mas apanho apenas algumas letras espaçadas, palavras soltas.
E por vezes a pele seca de frases incompletas, lá, nos becos esconsos onde o pensamento mudou de pele, mudou de rumo,
esquivando-se das minhas armadilhas, das minhas vâs tentativas
para o prender.
Persigo um pensamento na cadeira do barbeiro
e no caminho de casa,
quase apanhando a sua linha dourada.
Aqueles que eu mais desejo prender
são os mais esquivos
cheios de artimanhas e volteios
fintas e maranhos.
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Vem dançar um fado comigo
porque a valsa não me serve,
encosta em mim esse teu umbigo,
que por ele minha alma ferve.
Eu não me ajeito com essas
danças lá dos estrangeiros.
Por favor, mais não me peças,
não aturo mais devaneios.
Dizes que o fado não se dança,
que é canção de melancolia,
mas o fado novo tem pujança
e é também canção de alegria.
No fado há sentimentos
que podem ser trinados
folhas de vida, momentos
que merecem ser dançados.
Dança este fado comigo
porque para valsas não tenho jeito.
Encosta em mim o teu umbigo
e levaremos o mundo no peito.